OS CONTADORES DE HISTÓRIA
Antigamente, quando havia muitos iletrados vivendo em distantes zonas rurais ou em vilarejos remotos, a transmissão dos contos de fada eram oral. Com o surgimento de escolas abertas a todos e a transferencia de um número maior de famílias para os centros urbanos, o velho hábito de contar histórias correu o risco de desaparecer. Coube então aos escritores coletar as narrativas orais e registrá-las no papel, para que não se perdessem. Com o tempo algumas dessas histórias se modificaram, mas nunca deixaram de distrair, encantar e até mesmo assustar crianças do mundo inteiro, que as ouviam boquiabertas de seus avós, ao pé da lareira, vendo as sombras projetadas na parede.
Hoje sua magia ressurge quando os pais a lêem para os filhos, ou quando um filme como “Branca de Neve e os Sete Anões”, de Walt Disney, fascina a família inteira.
CHARLES PERRAULT
Em 1697, quando publicou Histórias, ou contos de tempos passados, o frances Charles Perrault ( 1628-1703 ) inaugurou o gênero literário dos caontos de fada. Por ser funcionario publico, alem de escritor – ajudou a supervisionar a construção do palácio de Luís XIV em Versalhes e do Louvre em Paris -, Perrault achou melhor esconder sua autoria; assim se atribuiu o livro a seu filho, Pierre. Sua obra, que se compõe de oito histórias tradicionais – entre elas figuram “Cinderela”, “A Bela Adormecida”, “Chapeuzinho Vermelho”, “O Gato de Botas” e “Barba Azul” -, deu início a uma frenética procura de relatos bem elaborados e fantasiosos.
OS IRMÃOS GRIMM
Seguindo o exemplo de Perrault, no início do século XIX os alemães Wilhelm ( 1786–1859 ) e Jacob ( 1785–1863 ) Grimm começaram a recolher contos de fadas tradicionais junto aos familiares e amigos. Dortchen Wild, que depois se casaria com Wilheml, forneceu-lhe mais de doze historias, uma das quais era “Rumpelstiltskin”. Jeannete e Amalie Hassenpflug, amigas da família, presentearam-nos com a “Branca de Neve”. Dorothea Viehmann, uma excelente narradora, contribuiu com muitas histórias, inclusive “Os Doze Irmãos” ( semelhante a “a Irmã Desconhecida”, que faz parte deste livro ). Os contos de fadas coletados pelos Irmãos Grimm logo penetraram nos lares europeus e conquistaram o coração das crianças em todo o continente.
Seu sucesso incentivou outros pesquisadores a preservar para a posteridade a riqueza do folclore mundial. Nos quatro cantos do planeta esses estudiosos saíram à cata de contadores de historias e registraram seus relatos fielmente.
HANS CHRISTIAN ANDERSEN
Os Grimm também levaram outros escritores a criar novas historias, na linha do conto de fadas tradicional. O mais famoso deles é Hans Christian ( 1805-75 ). Filho de um sapateiro pobre, ele nasceu em Odense, na Dinamarca, e cresceu num hospital, onde passava horas ouvindo velhas fiandeiras desfiarem antigas histórias. Sua obra, que inclui “O Patinho Feio” e “A Rainha da Neve”, pertence ao âmbito da literatura e por isso não faz parte dessa colêtania.
Hoje em dia é menos comum encontrar quem conte historias oralmente, porém um bom narrador ainda consegue encantar seus ouvintes. Na falta dele, sempre podemos ler contos de fadas, escutá-los numa gravação ou vê-los num filme ou vídeo. Qualquer que seja o veículo de transmissão, o fascínio continua intenso.
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